domingo, 15 de fevereiro de 2009

Personagem ou actor?

Ser o actor ou ser a personagem é um dilema que se enfrenta muitas vezes.

Com isto refiro-me ao facto de como representarmos uma personagem. Muitos actores dizem que se deve procurar as nossas memórias afectivas que se apliquem num certo acontecimento em que a nossa personagem esteja envolvida. No caso da nossa personagem estar a sofrer a morte de um ente, como por exemplo, a sua mãe o actor deve procurar a memória mais semelhante que tem à da personagem, sendo , por exemplo, a morte do irmão.

Devo eu dizer que na minha opinião isto é errado. A emoção não será a que a personagem está a sentir, pois não se pode comparar a mãe com o irmão, temos de saber que tipo de relação tinha a personagem com a mãe e a relação que o actor tem com o irmão. Não está a ser natural. Aqui o actor tem de usar uma das ferramentas mais importantes que dispõe, dependendo do actor, a imaginação. É com a imaginação que o actor vai criar o "filme" da morte da mãe da personagem, nunca do actor, pois são pessoas e relações totalmente diferentes, e encontrar a emoção correcta, a emoção que vai ser natural para a personagem. Não pode ser o simples facto de o actor estar a chorar, mas sim a razão porque está a chorar. Mas encontrar a emoção da personagem e não do actor é algo que não é fácil. Então como se pode encontrar a emoção da personagem, uma emoção que é desconhecida para o actor. Nesta situação usa-se o Exercício de Laboratório. O Exercício de Laboratório consiste na procura e descoberta da personagem e das suas emoções, características, tiques, etc. É com este exercício que se pode encontrar a emoção que pertence à personagem.

Isto é o dilema que se encontra na construção de uma personagem. Para a personagem ser real e natural é preciso que seja a personagem que o público veja e não o actor, pois se o público vê o actor e não a personagem, ou apenas um bocado de ambos não é natural nem real. Aqui está a dificuldade de ser actor e o que distingue um Actor de qualquer outra pessoa, é o que consegue viver inteiramente uma personagem.


Charles Henry

Falar Verdade a Mentir

Apresentação no dia 2 de Março às 18h30 no Auditório Zita Duarte na Escola Profissional de Teatro de Cascais.

Elenco:

Duarte - Charles Henry
José Félix - Francisco Rocha
Brás Ferreira - Rafael Saldanha
Joaquina - Carlota Barbosa
Amália - Ana Rita
General Lemos - Homero Castelbranco

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Medo!

Um dos grandes problemas dos actores é ter medo de errar eu não sou excepção, mas isso tem de mudar alias eu tenho de mudar e entar a medo em palco muda logo o trabalho que planeaste tão bem em casa o que se torna frustrante... O problema é que se entrares com medo de errar as coisas não correm da melhor maneira e começas logo a comer texto ou a esqueçer as tuas falas.
Um dos meus objectivos neste momento é vencer esse meu medo constante que me suga as poucas caracteristicas que tenho. O proprio "Director" deixou bem claro que tinha de errar nos ensaios, alias era obrigado a errar até ao dia da apresentação, porque se não erras também não sabes quais são os teus defeitos em palco... por isso deixo esta dica para os meus caros colegas e Actores...


Homero Castelbranco

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

General Lemos

OS PAPEIS PEQUENOS PODEM-SE TORNAR GRANDES...
Nem sempre recebemos as melhores personagens e nem sempre ficamos contentes como é óbvio, mas esta vida de "Actor" é mesmo assim um dia dão-nos uma personagem principal e noutro uma personagem quem nem lembra ao diabo... Nestes últimos quatro meses percebi que pensar nas personagens más e boas é um erro e por vezes uma estupidez. É obvio que se fizessem uma peça por exemplo o "Hamlet" eu gostaria de fazer de Hamlet, sim gostaria de ser a personagem principal mas é impossível numa carreira fazer-se sempre personagens principais, para isso teria de ser um Actor PERFEITO coisa que não sou e não existe... quer dizer existem dois ou três que para mim são perfeitos o problema, é que esses Actores não fizeram sempre papeis principais e foram muitas vezes para casa a "chorar" sem saber como iam dar volta da personagem que estavam a viver... Eu ainda não sou um Actor e com a personagem que recebi a OFICINA consegui perceber que nem sempre nos dão aquilo que ambicionamos e logo logo percebi que mesmo com um pequeno papel podemos ser grandes!


Homero Castelbranco

Charles Henry - Diário de Actor 2

Hoje foi mais um dia de sucesso. Não costumam ser todos os dias, mas felizmente estes dois dias foram mesmo muito bons. E ainda bem, não é?

Hoje tive a sorte... Bem tive alguma sorte em não ter tido psicologia. Alguma sorte porque se tivéssemos, a minha turma, aula iríamos continuar a ver o grandioso filme "American Gangster". Mas continua a ter sido uma grande sorte porque assim deu para fazer algo esplendoroso. Fazer algo que eu e o meu elenco do "Falar a verdade a mentir" inventámos, um ensaio de brilho. E o que é um ensaio de brilho? O ensaio de brilho consiste em dar mais brilho às falas das personagens e às personagens em si. Basicamente é procurar o promenor de cada fala e marcação. É pegar numa fala e dar várias entoações e formas de comunicar com as outras personagens em cena. E hoje, neste mesmo dia fizemos o nosso primeiro ensaio de brilho. E não só foi o primeiro como foi um sucesso! Eu e o meu elenco ficámos muito satisfeitos, aliás, mais que satisfeitos com o progresso. Conseguimos dar um brilhantismo às nossas que personagens, que sentiamos que estava a faltar. Mas ainda falta, ainda falta mais, só que cada coisa a seu tempo.

Um dia, antes da estreia, apresentarei o meu elenco. Não hoje.

Assim concluo com a segunda entrada no Diário de Actores.


Charles Henry

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Charles Henry - Diário de Actor 1

A minha primeira entrada como diário. Começo logo no mesmo dia em que o blog foi criado por duas razões: primeiro porque hoje tive ensaio de "Macbeth"; segundo porque estou super entusiasmado com este blog.

Hoje o ensaio, para mim e para a minha personagem, foi dos melhores, quase para não dizer o melhor. Correu muito bem. O "Director" avisou no ensaio ou aula anterior que hoje iria-se trabalhar na cena do conflito entre Malcom e Macduff, sendo eu Macduff. Mas decidiu começar pela cena em que a Lady Macbeth recebe a carta de Macbeth e avançou por aí fora. E, felizmente, chegou à cena em que eu, Macduff, chego ao castelo de Macbeth e descubro que Duncan morreu. A cena foi, na minha opinião, um sucesso. Conseguiu-se chegar a novas entoações e fez-se muitos progressos.

Devo dizer que quanto ao "Falar Verdade a Mentir", que está quase a ser apresentado, o ensaio de sexta-feita foi também de certas alegrias. Consegui mostrar novas propostas juntamente com o meu elenco à "Encenadora" e correu muito bem. E o que me meteu de bochechas vermelhas de expectativas completas foi o facto de termos feito o ensaio da peça no tempo certo, que ao que parece está a causar problemas. Mas devido a um esforço enorme de todo o meu elenco, do qual me orgulho muito, conseguimos chegar às expectativas da professora. Agora é sempre a subir.

Aqui me despeço deixando a primeira entrada no Diário de Actores.


Charles Henry

Exercício Hamlet

Charles Henry & Sofia Andrade


Charles Henry


Homero Castelbranco


Ana Rita & Gleysson Moreira


Cátia Serafim, Ana Patrícia & Sara Alves


Charles Henry & Carolina Bradão


Homero Castelbranco & Sofia Andrade


Charles Henry


Homero Castelbranco & Sofia Andrade


Homero Castelbranco


Homero Castelbranco, Pedro Castro & Luís Carmo


"Director"

Livro "Hamlet"


Homero Castelbranco, Cátia Serafim & Ana Rita


Gláucia Teixeira & Lucília São Lourenço


Gláucia Teixeira, Carlota Barbosa & Sofia Andrade



Introdução

Bem-vindos ao blog "Diário de Actores".

Aqui poderão estar a par da nossa vida teatral no dia a dia e poderão ter conhecimento do que sentimos e pensamos das experiências pelas quais passamos na Escola Profissional de Teatro de Cascais.

Nós somos o Charles Henry e Homero Castelbranco, alunos a frequentar o 2º ano da Escola Profissional de Teatro de Cascais.

Agradecemos qualquer tipo de opinião, desde que fundamentada e com algum conhecimento do ponto em questão.


Charles Henry
Homero Castelbranco